Uma pesquisa da Unicamp aponta que 29,1% da população de Campinas (SP) dorme mal, e a taxa salta para 37,8% entre os idosos. Entre as principais reclamações para essa faixa etária, estão a dificuldade para começar a dormir e o despertar precoce. Confira abaixo. Os dados foram coletados através do Inquérito de Saúde de Base Populacional (ISACamp), feito pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e foram disponibilizados na inauguração do Núcleo do Sono da universidade na última sexta-feira (14). Idosos relatam mais dificuldades para dormir Ainda segundo a pesquisa, a prevalência do sono autoavaliado como ruim aumenta de acordo com o envelhecimento. Além dos 37,8% dos idosos que classificaram o próprio sono como ruim, 27,8% dos adultos têm o mesmo relato, número que cai para 15,6% entre os adolescentes. Prevalência de sono autoavaliado como ruim: em 15,6% dos adolescentes27,8% dos adultos37,8% dos idosos As dificuldades para começar a dormir ou permanecer dormindo são maiores entre as relatadas pelos idosos. Já os adolescentes reclamam mais de não acordar dispostos e continuarem com sono durante o dia. Ainda não há certeza em relação às causas para essas diferenças no sono entre as faixas etárias, segundo a neurologista Tânia Marchiori, especialista em sono. Segundo a médica, existe uma tendência a dormir menos conforme se envelhece. “O que nós não sabemos exatamente é se o idoso dormir um pouco menos do que um adulto mais jovem, se isso é normal ou se é por conta de vários problemas, que chamamos de comorbidades, que o idoso tem”, explica. “A gente fala que a criança e o adolescente estão em período de desenvolvimento, de crescimento. Tanto que na criança pequena tem uma fase do sono, que é a fase N3 do sono não-REM, que a gente chama de sono de ondas lentas. É a fase mais profunda e mais reparadora que a gente tem do nosso sono. Ela acontece proporcionalmente no sono da criança, mais do que ela acontece no sono de um adulto. Curiosamente, é bem nessa fase do sono que a gente produz o hormônio do crescimento. Então, talvez isso justifique também, biologicamente, ter um sono mais longo na criança, no jovem, do que num adulto mais velho e no idoso”, afirma Marchiori. Outros fatores A prevalência do sono ruim também foi mais alta nos seguintes grupos: mulherespessoas com idade entre 40 e 50 anosmigrantespessoas sem ocupação no momento da pesquisapessoas fisicamente inativas em contexto de lazercom transtorno mentalcom maior número de problemas de saúdecom saúde autoavaliada como ruimnos que manifestam insatisfação com a vida O que é dormir bem? De acordo com a neurologista, para dormir bem é preciso que o paciente tenha um sono com as seguintes características: de boa duração de acordo com a necessidade e a faixa etária;contínuo, que não seja fragmentado por problemas como o calor, barulho ou doenças do sono;rítmico, que se repita com regularidade, iniciando e terminando nos mesmos horários diariamente. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e Região
Raio-x do sono: 29,1% da população de Campinas dorme mal e taxa é maior entre idosos, aponta Unicamp
Raio-x do sono: 29,1% da população de Campinas dorme mal e taxa é maior entre idosos, aponta Unicamp