Nesta reta final antes do início dos interrogatórios, as defesas tentam evitar que os réus sejam surpreendidos com pontos da investigação. Os advogados relatam que orientaram seus clientes a serem objetivos nas respostas. Foto de arquivo de 12/08/2021 mostra o então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), conversando com o então ministro da Defesa, general Braga Netto, emcerimônia de cumprimento aos oficiais recém-promovidos, no Palácio do Planalto, em Brasília. A Polícia Federal indiciou Bolsonaro, o deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem, os generais Heleno e Braga Netto, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições presidenciais de 2022. Além deles, foram indiciadas mais de 30 pessoas. — Foto: Gabriela Biló/ESTADÃO CONTEÚDO Há expectativa de que ao menos o ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres respondam às perguntas do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal. ➡️Os réus não são obrigados a falar. Eles podem recorrer ao silêncio para não produzir provas contra si mesmos, como define a Constituição. Os advogados apontam ainda que a Procuradoria Geral da República (PGR), autora da denúncia, distorceu falas e reuniões para embasar a narrativa de que houve planejamento de um golpe de Estado com o objetivo de manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022. Segundo a PGR, o ex-presidente Bolsonaro liderou a organização criminosa. Baptista Junior diz que Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro Interrogatórios Nesta fase, Bolsonaro e sete aliados próximos podem apresentar suas próprias versões sobre as acusações à PGR. Durante o interrogatórios, os réus responderão a uma lista de questionamentos, fundamentais para o julgamento: se é verdadeira a acusação apresentada pela PGR e que deu início ao processo;se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática dos crimes;onde estava ao tempo em que foi cometida a infração;se conhece as testemunhas e se tem o que alegar contra elas;se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido;se tem algo mais a alegar em sua defesa. Para os investigadores, os depoimentos das testemunhas ouvidas nas últimas semanas ajudaram a confirmar que os réus, de fato, planejaram executar um golpe de estado e que as tratativas se desenvolveram principalmente no entorno militar do ex-presidente.
Trama golpista: defesas tentam evitar que réus se compliquem e apostam em respostas objetivas
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