ONU alerta para risco de guerra sair do controle entre Irã e Israel

ONU alerta para risco de guerra sair do controle entre Irã e Israel

As Forças Armadas do Irã lançaram um novo ataque com mísseis balísticos contra Israel na tarde desta sexta-feira, 20. Segundo o Exército israelense, ao menos 35 mísseis foram disparados contra as cidades de Haifa, Bersheeva e Tel-Aviv. Em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU também se reuniu nesta sexta para discutir o confronto entre Israel e Irã. Antonio Guterres alertou para o risco de a guerra sair de controle. “Não estamos caminhando lentamente em direção a uma crise, estamos correndo em direção a ela”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ao Conselho de Segurança em Nova York. Ele pediu a Israel e ao Irã que resolvessem suas diferenças pacificamente. O ataque em Haifa teve como principal alvo a área do porto da cidade, um dos principais em Israel. Grandes colunas de fumaça foram vistas na região, depois de o sistema de defesa aéreo israelense não conseguir interceptar todos os mísseis balísticos iranianos. Sarit Golan-Steinberg, vice-prefeito de Haifa, disse que edifícios próximos ao principal porto da cidade foram danificados após um míssil iraniano ter caído nas proximidades. “Estamos indo de prédio em prédio para avaliar os danos”, disse. Em resposta, a Força Aérea israelense atacou baterias antiaéreas no sudoeste iraniano. O Irã atacou ainda instalações militares e centros de apoio operacional em ataques noturnos contra o centro de Israel e a área do Aeroporto Ben Gurion, informou a Guarda Revolucionária Islâmica em um comunicado publicado pela mídia estatal iraniana. O país utilizou drones Shahed-136 e mísseis de propulsão sólida e líquida, segundo o documento. No início do sábado, as Forças de Defesa de Israel disseram que a força aérea israelense havia iniciado ataques no centro do Irã visando o que disseram ser locais de armazenamento e lançamento de mísseis. No centro-norte do Irã, em Qom, um ataque israelense atingiu o quarto andar de um prédio, matando um adolescente de 16 anos e ferindo outros dois, que foram transferidos para centros médicos, informou um porta-voz do governo provincial de Qom em um comunicado divulgado pela IRNA, a agência de notícias oficial do Irã. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que Saeed Izadi, comandante do Corpo Palestino da Força Quds do Irã, também foi morto em um ataque a um apartamento em Qom. Izadi “financiou e armou o Hamas” antes dos ataques de 7 de outubro, disse Katz, chamando o ataque de “uma grande conquista para a inteligência israelense e a Força Aérea”. O líder da segunda brigada de veículos aéreos não tripulados do IRGC, que estava envolvido em ataques de drones contra Israel a partir do sudoeste do Irã, foi morto nos ataques de sexta-feira, segundo as Forças de Defesa de Israel. O chefe do exército de Israel, o general Eyal Zamir, alertou para que a população se prepare para uma “guerra longa” contra o Irã. A mensagem foi dada em meio aos ataques do oitavo dia de conflito entre israelenses e iranianos. “Lançamos a campanha mais complexa da nossa história”, disse o general. “Devemos nos preparar para uma campanha prolongada. Apesar dos avanços importantes, dias difíceis nos aguardam.” Entre os avanços, segundo Zamir, está a redução do arsenal iraniano. Antes da operação, o Irã possuía cerca de 2,5 mil mísseis terra-terra e planejava produzir outros 5,5 mil nos próximos dois anos, e estava promovendo avanços no campo nuclear – que Israel diz, sem apresentar provas, que caminhava para a fabricação de uma bomba atômica, embora Teerã negue que o programa tenha fins militares. Reunião na ONU Vasili Nebenzya, embaixador da Rússia na ONU, acusou os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha de espalharem a “invenção infundada” de que o Irã planejava construir armas nucleares. Na reunião do Conselho de Segurança, ele disse que essas nações e a AIEA, órgão da ONU responsável pela fiscalização nuclear que declarou que o Irã havia violado o tratado de não proliferação, eram “cúmplices” dos ataques israelenses. Negociações em Genebra Os ataques ocorrem em meio a negociações entre diplomatas iranianos e europeus que discutem o programa nuclear iraniano e o futuro do conflito em Genebra, na Suíça. Apesar da disposição em negociar, os principais líderes iranianos condicionam o sucesso das negociações ao fim das hostilidades de Israel, que lançou um ataque na semana passada com o objetivo de destruir o programa nuclear iraniano. Protestos no Oriente Médio Milhares de pessoas no Iraque, Líbano e Irã – países de maioria xiita – foram às ruas na sexta-feira de preces para protestar contra a guerra. Em Teerã, capital do Irã, multidões saíram das mesquitas e invadiram as praças centrais, pisoteando e queimando bandeiras israelenses e americanas enquanto erguiam retratos do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Gritos de “Morte a Israel” e “Morte aos Estados Unidos” ecoaram da multidão de manifestantes enquanto marchavam no que a mídia estatal iraniana chamou de protestos de “raiva e vitória”. Estadão Visualizações 3 Anúncios

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