Segundo o boletim de ocorrência, a mulher relatou que, após comentários inapropriados e toques considerados indevidos durante os exames, agrediu o profissional com um soco no rosto. O médico, que já foi vereador em Juiz de Fora com mandatos de 1977 a 1982 e 1983 a 1988, foi detido por suspeita de importunação sexual e a mulher por agressão. A Polícia Civil informou que os dois foram ouvidos e liberados. O caso segue para investigação na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Juiz de Fora. Em nota, a Prefeitura de Juiz de Fora afirmou que repudia qualquer forma de violência e informou que será instaurado um procedimento interno para apurar os fatos. Veja a íntegra da nota no fim do texto. Paciente diz que médico fez comentários inapropriados De acordo com o BO, a mulher contou que foi até o Centro de Especialidades Norte de Benfica para uma consulta dermatológica e aproveitou para realizar um exame ginecológico preventivo, também conhecido como Papanicolau, com o ginecologista. Durante o procedimento, a paciente afirmou que o médico fez comentários como: “Seios durinhos, bonitos. Quantos parceiros já teve?”. Além de: “Canal fechado, deve estar virgem de novo, apertadinho”. Ainda conforme a mulher, o profissional de saúde também acariciou a barriga dela e repetiu três vezes: “Você tem certeza que não quer?”. Após essa fala, ela saiu do consultório chorando, buscou apoio de uma funcionária da unidade e fez uma ligação para o filho. Na sequência, ela reencontrou o médico no corredor, deu um soco no rosto dele e foi contida por funcionários do Centro de Especialidades Norte. Médico negou comentário inapropriado Consta no BO que o ginecologista afirmou à polícia que a mulher não tinha consulta agendada, mas foi atendida prontamente. Ele informou ter realizado exames de rotina, como palpação das mamas, uso de espéculo e coleta de material para exame. Além disso, explicou que percebeu um furúnculo no abdômen e, por esse motivo, fez palpação na região. Por fim, confirmou ter perguntado sobre parceiros e disse que essa é uma prática comum na especialidade. O profissional negou qualquer comentário inapropriado ou conduta imprópria, afirmou não ter sido alertado pela paciente sobre desconforto durante a consulta e relatou ter sido agredido de forma inesperada no corredor da unidade. Enfermeira afirmou que paciente não queria ser consultada pelo médico Uma enfermeira afirmou que a paciente resistiu ao saber qual médico a atenderia e afirmou não querer ser examinada por ele. Após a consulta, a paciente saiu em prantos e relatou que o profissional fez perguntas sobre vida sexual e comentou sobre o útero e o exame dos seios. Naquele momento, não houve relato de condutas graves. Outra testemunha relatou ter presenciado a agressão física no corredor e tentou conter a paciente, que estava exaltada. Nota da Prefeitura de Juiz de Fora “A Secretaria de Saúde repudia qualquer forma de violência nas unidades de atendimento e informa que será instaurado procedimento interno para apuração dos fatos, com garantia do direito ao contraditório e à ampla defesa. A Secretaria informa, ainda, que a usuária recebeu prontamente os cuidados clínicos necessários, permanecendo sob acompanhamento até o momento em que pôde se dirigir à delegacia para registrar boletim de ocorrência e prestar depoimento. O médico agredido também foi imediatamente atendido pela equipe, recebendo todos os cuidados necessários após a agressão. Ele também registrou a ocorrência, se apresentou às autoridades competentes e permanece à disposição para os devidos esclarecimentos. O caso segue sob responsabilidade da Polícia Militar”. Médico e paciente são presos após denúncia de importunação e agressão em Juiz de Fora VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes