Uma das principais inovações é o uso de um equipamento que permite identificar agressores por meio de amostras de saliva em até 90 minutos. A tecnologia, utilizada pelo FBI em operações militares e desastres em massa, foi incorporada ao Laboratório de Genética do IGP no fim do ano passado. Segundo Gustavo Lucena Kortmann, diretor do Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP, o núcleo também vai contribuir para a ampliação do Banco de Perfis Genéticos do estado. “A partir de agora, temos a possibilidade de coleta de material genético de muitos desses indivíduos que são acusados de pedofilia, visando a comprovação de autoria por meio do DNA”, afirma. A criação do núcleo é uma resposta ao crescimento das ocorrências. Em 2022, o IGP participou de 67 operações contra crimes sexuais em parceria com a Polícia Civil. Em 2024, foram 104. Kortmann reforça a importância das denúncias: “Quanto mais pessoas puderem denunciar, os canais são anônimos. Eles vão estar auxiliando a sociedade e se autoprotegendo e protegendo os próprios filhos”. O núcleo também conta com uma área de perícia psíquica, responsável pelo acolhimento das vítimas e pela avaliação dos danos psicológicos causados pelos abusos. Os profissionais utilizam técnicas adaptadas a cada caso para obter informações relevantes do histórico das crianças e adolescentes. Na área de informática forense, os peritos analisam arquivos, mensagens e registros de atividade online. O objetivo é rastrear ações e acelerar o processo de investigação. Marcelo Nadler, perito e coordenador do núcleo, destaca a integração entre os setores. “A gente espera dar respostas cada vez mais rápidas para a sociedade. E com essa integração de dados, temos esperança de fechar alguns casos que ficaram sem resposta no passado”. Os peritos também fazem um alerta aos pais sobre o uso de celulares e computadores por crianças e adolescentes. “É dever dos pais fazer uma proteção melhor das crianças. Tem que entender com quem a criança está interagindo e o que ela usa. O ideal seria que não usasse rede social, mas já que usa, que proteja esse perfil”, orienta Nadler. Ele compara o ambiente virtual com espaços públicos: “Um pai, uma mãe, dificilmente deixaria um filho sozinho em um shopping ou em uma praça lotada. Mas a gente deixa sozinho no celular. Só que esse mundo virtual é cheio de pessoas com más intenções”. Saiba onde denunciar casos de abuso sexual Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres ou qualquer delegacia de polícia;Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;Conselho tutelar: todas as cidades possuem conselhos tutelares. São os conselheiros que vão até a casa denunciada e verificam o caso. Dependendo da situação, já podem chegar com apoio policial e pedir abertura de inquérito;Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia: disquedenuncia@sedh.gov.brWhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008Unidades do Ministério Público. Mãos de criança — Foto: Reprodução/TV Globo VÍDEOS: Tudo sobre o RS
RS cria núcleo pioneiro para combater crimes sexuais contra crianças e adolescentes; veja como denunciar
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