A aparência do Lithothamnium lembra um favo de mel. A alga possui alta concentração de minerais, como cálcio e magnésio, além de 16 aminoácidos necessários aos processos fisiológicos de animais e plantas. Na agricultura, age como um bioestimulador do solo até a planta, ao ativar a proliferação dos microrganismos e potencializar a ação de outros adubos, o que contribui para o aumento da produtividade. Tem benefícios também na produção animal. Nas aves, contribui para a melhoria na taxa de postura, e entre entre os ruminantes, a qualidade comercial do leite e o funcionamento do sistema digestivo de forma geral, com diminuição da emissão de gás metano. Após completarem seu ciclo de vida, as algas Lithothamnium se desprendem das rochas e outras paredes oceânicas e são levadas por correntes marítimas para uma região, onde se sedimentam. O Brasil tem a maior reserva dessa alga do planeta, com regiões sedimentares que vão do litoral do Maranhão até o Espírito Santo. 📍 Na Bahia, a jazida está localizada há 10 km da Baía de Todos-os-Santos, com aproximadamente 20 metros de profundidade. A PrimaSea desenvolveu um modelo exclusivo de coleta da Lithothamnium, pautado em controles de qualidade rigorosos e práticas ambientais atestadas pelas quatro certificações internacionais que a empresa possui. A empresa demorou 12 anos entre a fundação, pesquisas, estudos ambientais e a emissão de licenças para começar a operar, no ano de 2014. “A Bahia, dentro dos estudos de viabilidade, foi o melhor local no Brasil para o desenvolvimento do negócio”, justificou Lucas Ávila, CEO da PrimaSea. Ele ainda destaca que a economia do mar é pujante e a empresa vê na Bahia muitas oportunidades com o setor. Coleta sustentável Lithothamnium — Foto: PrimaSea Através de uma bomba de sucção, os sedimentos são levados para uma embarcação, onde passam por um processo de separação. O material que será utilizado na fabricação dos produtos fica no navio e o restante é devolvido para o mesmo ponto do depósito no fundo do mar, para evitar qualquer impacto ao bioma marítimo e garantir a manutenção dos nutrientes e PH da água. “O modelo de operação PrimaSea é único no mundo, pois desenvolvemos tecnologias de coleta da alga com zero impacto ao meio ambiente e todo o ecossistema envolvido. Isso inclusive nos garante um selo de Coleta Sustentável, muito utilizado pelos nossos clientes”, pontuou Lucas. Depois que os sedimentos são retirados do mar, são levados para a fábrica onde são processados para serem utilizados em diferentes produtos. O CEO da PrimaSea reforça que a empresa não retira nada vivo do mar, apenas os sedimentos de algas. Além disso, não utiliza de processos químicos ou de alta temperatura na produção, para que seja mantida a biodisponibilidade dos minerais e aminoácidos das algas para as plantas, animais e humanos. “Acreditamos que isso é uma forma de dar exemplo de que podemos avançar na economia do mar, potencializando nossas reservas para produzir mais alimentos e de melhor qualidade”. Investimento em equipamentos A PrimaSea tem a maior concessão para explorar Lithothamnium do mundo na região da Baía de Todos-os-Santos. São 5 mil hectares de área delimitada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com capacidade para extrair 600 mil toneladas ao ano. A capacidade de coleta das algas foi ampliada no ano passado após a aquisição de uma nova embarcação, produzido na Bahia pelo estaleiro Belov, que possui quatro bombas de coleta, o dobro do navio anterior. “Somos uma empresa baiana, que prioriza as parcerias com empresas baianas. Contar com o estaleiro Belov, que é um grande parceiro, nos faz toda a diferença”, destacou Lucas Ávila. A empresa investiu aproximadamente R$ 17 milhões no novo navio e a expectativa é aumentar o faturamento anual para mais de 100 milhões, visando principalmente o mercado externo. Do total produzido atualmente, apenas 10% é destinado à exportação, com atuação em toda a Europa, alguns países da Ásia, Oceania, África do Sul e vários países da América Central e do Sul, como Equador, Argentina e Paraguai. Onde tem Bahia Nova temporada do ‘Onde Tem Bahia’ destaca importância da economia do mar As riquezas geradas na Bahia e o destino que tomam no mundo voltaram à tela da TV Bahia na nova temporada do “Onde Tem Bahia”, que estreou na sexta-feira (25). O programa especial conta com dois episódios, sempre após o Globo Repórter, e o conteúdo coloca em evidência a importância estratégica da economia do mar para o desenvolvimento do estado e do Brasil. O projeto, apresentado pelo jornalista Eduardo Oliveira, amplia os horizontes e reforça a valorização da produção local. Nesta segunda temporada, a equipe da TV Bahia atravessou os continentes para mostrar como os produtos e soluções criadas no território baiano geram oportunidades de negócios e crescimento na Europa, na América do Sul e na América do Norte. O “Onde tem Bahia” aposta em um conteúdo multiplataforma. Além da TV, pequenos programas serão exibidos na rádio Bahia FM (88.7 FM) e nas redes sociais da TV Bahia. Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻