“Minha preocupação é saber como ela está, se está comendo, bebendo, onde está dormindo”, disse Marlon César da Silva Costa, de 27 anos, que procura pela mãe, Marlane da Silva Santos, de 77 anos, desaparecida desde o dia 6 de agosto, em Juiz de Fora. Segundo o filho, a idosa saiu de casa para jogar o lixo e não voltou mais. Ela não estava com dinheiro, documentos e não tem histórico de confusão mental. Imagens de câmeras de monitoramento registraram Dona Marlene, como é conhecida, com uma sacola na mão. Essa foi a última vez em que foi vista. “Nunca aconteceu algo parecido, é a primeira vez. Minha vida parou, não estou trabalhando para procurar por ela. Já fui a pé, de moto, de carro, em todo lugar que imaginei: cemitério, casas de acolhimento, hospital, e nada”, contou o filho, que também registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da mãe. Esse caso é um exemplo de uma realidade que atinge várias famílias todos os anos em Juiz de Fora. Dados da Polícia Civil de Minas Gerais mostram que, de janeiro a 14 de agosto de 2025, 188 pessoas desapareceram na cidade. No mesmo período de 2024, foram 147. Um aumento de cerca de 27%. Ou seja, um desaparecimento ocorre, em média, por dia no município. Desde 2019, mais de 1.800 casos foram registrados na cidade. Veja no gráfico abaixo. Ainda de acordo com o balanço, 81 desaparecidos foram encontrados em Juiz de Fora em 2025, mas isso não significa que tenham sumido neste ano. Perfil dos desaparecidos em 2025 Entre janeiro e 14 de agosto deste ano, a maioria dos desaparecidos é do sexo masculino (61,17%), enquanto as mulheres representam 38,83%. A faixa etária mais afetada é a dos adolescentes de 12 a 17 anos, com 50 desaparecimentos. Confira no gráfico abaixo a situação nas outras faixas etárias: Os dados também apontam que, entre os desaparecidos, 55,85% desapareceram pela primeira vez. Além disso, 51,06% faziam uso de bebida alcoólica, 41,49% consumiam drogas, 37,23% tinham histórico de depressão e 35,11% utilizavam medicamentos controlados. Outros fatores registrados foram conflitos familiares (24,47%), dívidas financeiras (9,04%) e problemas judiciais (3,72%). O que fazer em caso de desaparecimento? Diferente do que muita gente pensa, não é necessário esperar 24 horas ou mais para registrar o desaparecimento de uma pessoa, conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O registro pode ser feito em qualquer delegacia da Polícia Civil ou unidade da Polícia Militar mais próxima. Documento de identidade de quem faz a queixa.Foto recente e nítida da pessoa desaparecida. A Divisão de Referência à Pessoa Desaparecida da Polícia Civil conta com equipe disponível 24 horas para receber informações: Informações sobre desaparecimento podem ser repassadas por: 197 – Polícia Civil181 – Disque Denúncia (anonimato garantido) No caso da Dona Marlene, quem tiver alguma informação também pode entrar em contato com o filho dela, pelo número (32) 99915-4750. ASSISTA TAMBÉM: Família reencontra irmão desaparecido há 30 anos Família reencontra irmão desaparecido há 30 anos VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes
Uma pessoa desaparece por dia, em média, em Juiz de Fora, aponta balanço
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