Investigado durante a Operação “Transformers”, ele recebeu a sentença na última semana pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva (três vezes), tráfico de drogas e associação para o tráfico. Em nota, a defesa de Rafael Gomes, por meio do advogado Gustavo Badaró, disse que recebeu a decisão com surpresa e inconformismo, reafirmou que o delegado é inocente e afirmou que irá recorrer da decisão. 🔎 Próximos passos: Após a defesa recorrer, o recurso será avaliado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Não há data para o resultado. Processo está na 1ª Vara Criminal de Juiz de Fora: 1ª instânciaDefesa recorre: TJMG julgará em 2ª instância *O que são instâncias? São níveis hierárquicos do Poder Judiciário. Cada instância tem funções diferentes: julgar um caso pela primeira vez ou reavaliar a decisão de outra instância. Como o delegado participava do esquema? Segundo a denúncia do MPMG, o grupo atuou entre 2018 e 2022 e era dividido em quatro núcleos: corrupção policial e jurídico, logística, operacional e liderança financeira. O núcleo, formado por cerca de 30 membros, envolvia policiais da Delegacia Antidrogas, advogados e um traficante, apontado como chefe da organização. logística, que envolveu o fornecimento de veículos para o transporte e pagamentos de cargas de drogas;setor financeiro, que cuidou da parte gerencial da atividade econômica, notadamente do tráfico de drogas e da lavagem de dinheiro;setor de corrupção, responsável por proteção dos negócios ilícitos com informações privilegiadas de atividades policiais e demais condutas para evitar a responsabilização de integrantes da organização;núcleo de liderança, que coordena e controla as atividades. Conforme a sentença à qual a reportagem teve acesso, o traficante ofereceu R$ 30 mil de entrada e R$ 15 mil mensais ao delegado Rafael Gomes e aos investigadores da Polícia Civil, para garantir que os agentes não investigassem ou interferissem nas atividades da organização criminosa. Em um dos casos, após a apreensão de 17 barras de cocaína, os policiais negociaram com o chefe do grupo criminoso a substituição da droga por 19 barras de crack e uma de cocaína de menor qualidade, além de exigirem R$ 500 mil em propina. A troca foi confirmada por laudos periciais e imagens. Em outro episódio, o delegado Rafael Gomes teria solicitado propina para não indiciar um membro da organização, enquanto um dos policiais civis recebeu R$ 12 mil diretamente do traficante para se omitir diante de uma situação ilícita. Relembre a operação Em Juiz de Fora, houve mandados nos bairros Ipiranga, Náutico, Previdenciários, Santa Efigênia, Costa Carvalho, Jóquei Clube, Democrata, Bairu, Progresso, Vale Verde, Fontesville, Parque das Águas, Jardim Gaúcho, Centenário, Bairro de Lourdes, Bairro Industrial, Bandeirantes, Linhares, Santos Dumont, São Mateus, Alphaville, Marilândia, Cascatinha, Recanto dos Lagos, Bom Pastor, Benfica e Furtado de Menezes. Servidores presos na Operação Transformers em Juiz de Fora passam por audiências VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes