Responsáveis por parque são indiciados por lesão corporal após irmãos caírem de roda gigante

Os indiciados são responsáveis pela operação e montagem do equipamento. De acordo com a investigação, houve dolo eventual na conduta dos envolvidos e ausência de vistoria presencial. 🔎 O que é indiciar? É um procedimento que ocorre quando a polícia, com base na investigação, conclui que há indícios de crime e associa a uma pessoa. Depois disso, o caso vai ao Ministério Público, que envia à Justiça. O acidente ocorreu no dia 3 de julho de 2025, em uma praça onde o parque de diversões estava instalado. Uma das gaiolas da roda gigante se desprendeu e caiu de uma altura de aproximadamente dez metros com os dois irmãos. As vítimas sofreram lesões graves e ficaram incapacitadas por mais de 30 dias. O jovem, de 21 anos, sofreu uma fratura no fêmur e na clavícula. Segundo laudo pericial do Instituto de Criminalística Perito Criminal Dimas Almeida (Icpda), a causa do acidente foi a ausência de uma peça chamada contrapino. Ela é responsável por manter uma porca fixada ao eixo da roda gigante. Sem a peça, a estrutura perdeu estabilidade. ‘Falha humana’ Em depoimento, o responsável legal pelo parque, um homem de 63 anos, afirmou que o local tinha autorização da prefeitura para ser instalado, mas não possuía alvará de funcionamento. Ele também confirmou que houve falha humana na montagem dos pinos de segurança. “O laudo pericial da Polícia Civil confirmou que o equipamento se encontrava em razoável estado de conservação, mas que a falta do contrapino foi determinante para a queda. A perícia concluiu que o acidente poderia ter sido evitado com a instalação correta do componente de segurança”, destacou o delegado Hans Hellebrandt, titular da Delegacia de Rorainópolis. A investigação também apontou que o engenheiro responsável pelo parque assinou a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) sem acompanhar a montagem do brinquedo. Um dos irmãos feridos relatou que, durante os quatro meses em que trabalhou no local, nunca viu o engenheiro. “Ficou demonstrado que o prestador de serviço atuou com mais três pessoas na montagem do brinquedo, e no momento não havia engenheiro para inspecionar o serviço, sendo que, apenas o Corpo de Bombeiros esteve no local realizando a inspeção e verificou apenas a presença de extintores de incêndio. Não houve a inspeção nos brinquedos”, explicou o delegado Hans Hellebrandt. O relatório de indiciamento foi encaminhado à Justiça. Veja o momento em que as vítimas foram socorridas: Irmãos ficam feridos após caírem de roda gigante, no Sul de Roraima.