Conforme informações que constam na Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), a empresa foi criada em março de 2021 e tem cinco sócios. Um deles, que é sócio-administrador, é Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como líder do esquema investigado pela Polícia Federal. Ele também é dono de outros empreendimentos investigados no esquema. A empresa, cuja matriz é em Juiz de Fora, tem como atividade principal a incorporação de empreendimentos imobiliários. Além disso, atua na construção de edifícios, compra e venda de imóveis próprios e aluguel de imóveis próprios. O g1 fez contato pelo número de telefone que consta no cadastro na Redesim, mas a ligação não foi atendida. A reportagem tenta localizar a defesa de Alan Cavalcante do Nascimento. A suspeita é de que as empresas investigadas seriam de fachada para ocultar a origem ilegal dos recursos movimentados pela organização e para pagar as propinas. Entenda mais abaixo. Ao todo, foram cumpridos 22 ordens de prisão temporária e 79 mandados de busca e apreensão, em Belo Horizonte e em outras regiões de Minas nesta quarta-feira (17). A PF não informou se realizou buscas ou prisões na empresa ou em outros endereços de Juiz de Fora. Alan Cavalcante do Nascimento tem empresa em Juiz de Fora — Foto: Reprodução Fraudes nas licenças Conforme as investigações, o grupo atuava para que empresas conseguissem licenças ambientais de mineração fraudulentas. A suspeita é de pagamento de propina para agentes públicos ao nível federal e estadual. As autorizações eram utilizadas para usurpar e explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação, com graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos, segundo a PF. Lavagem de dinheiro O esquema tinha, pelo menos, quatro camadas sobrepostas de empresas para dificultar a identificação da origem do dinheiro. Interferência em órgãos ambientais A investigação também mostra que o grupo buscou impedir a tramitação de projetos de lei da Assembleia Legislativa de Minas Gerais que tratam da criação de unidades de conservação na Serra do Curral, como o Parque Nacional e o Monumento Natural, por entender que essas medidas inviabilizariam seus empreendimentos. Entenda como funcionava esquema de corrupção no setor de mineração Entenda como funcionava esquema de corrupção no setor de mineração VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes
Empresa de Juiz de Fora está entre as investigadas em esquema de fraude no setor de mineração
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