Florianópolis restringe locais para entrega de marmitas à população em situação de rua

Florianópolis restringe locais para entrega de marmitas à população em situação de rua

Uma das principais mudanças é que a distribuição das marmitas deverá ocorrer apenas em locais autorizados, como a Passarela da Cidadania, na Passarela Nego Quirido, além de sedes de Organizações Não-Governamentais (ONG) ou espaços alugados por elas. Organizações que atuam na entrega de marmitas demonstraram preocupação com as novas regras e os possíveis impactos para quem depende desse serviço (assista acima). Voluntárias preparam alimentos para distribuir a pessoas em situação de rua em Florianópolis — Foto: Reprodução/NSC TV O que diz o decreto A medida tem como objetivo garantir segurança sanitária e melhorar a gestão dos espaços públicos. Segundo o prefeito Topázio Neto (PSD), a distribuição de alimentos para pessoas em situação de rua poderá ocorrer em três locais: na sede da ONG;em um espaço alugado pela ONG ou em um centro comunitário;na Passarela da Cidadania (espaço na Passarela Nego Quirido). A partir da assinatura do decreto, grupos, entidades e voluntários que realizam esse trabalho deverão se cadastrar na Fundação Rede Solidária Somar Floripa e seguir normas de higiene e segurança. As entregas devem ocorrer nos Pontos de Distribuição Organizados, definidos pela prefeitura, com prioridade para a Passarela da Cidadania, que possui estrutura adequada com água, banheiros e sistema de descarte de resíduos. A fiscalização será realizada de forma integrada pela Secretaria de Assistência Social, Secretária de Saúde (Vigilância Sanitária) e Segurança e Ordem Pública (Guarda Municipal) sob pena de multa para organizações que descumprirem. Preocupação com as mudanças A voluntária Sônia Oliveira, que há 10 anos coordena o projeto Além dos Olhos, demonstrou preocupação com a nova medida. A organização distribui entre 200 e 300 marmitas, muitas delas em frente à Catedral Metropolitana, no Centro. “Tem pessoas que não conseguem caminhar até a Passarela, têm problemas de locomoção ou de saúde mental”, afirmou. José Eduardo Oliveira, da Pastoral Povo da Rua, também se manifestou. Ele já viveu em situação de rua e hoje atua como voluntário. “As pessoas não vão aderir, principalmente por ser na Passarela. Os grupos que fazem esse trabalho são bem estruturados. A prefeitura também precisa pensar em fortalecer as cozinhas comunitárias”, opinou. Prefeitura defende organização e estrutura Para o prefeito, a mudança busca organizar a distribuição e garantir melhores condições para quem recebe os alimentos. “Quando a comida é entregue na rua, as pessoas permanecem ali e muitas vezes deixam sujeira. Além disso, não recebem o encaminhamento que precisam. Estamos organizando para que a distribuição seja na Passarela”, explicou. Topázio também destacou que qualquer instituição interessada em continuar ou iniciar a distribuição de marmitas deve se cadastrar no site da Somar Floripa. A entidade poderá escolher o dia e horário da entrega, que será feita em um refeitório com estrutura adequada, incluindo pias e banheiros. Além das pessoas em situação de rua, moradores em insegurança alimentar também utilizam os serviços das ONGs. Segundo o prefeito, essas famílias poderão ser atendidas na Passarela, e a prefeitura pretende reativar o Restaurante Popular até o fim do ano, em novo local. Distribuição de alimentos VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

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