“A FGV é uma banca que não pune o candidato por errar, e isso ajuda bastante. O aluno pode se sentir livre para chutar quando não souber a resposta, sem medo de perder pontos. Por isso, sempre recomendo que comecem pelas questões mais simples, que exigem menos esforço mental”, explica Eduardo Cambuy, professor da Gran Concursos . No Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, a correção utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que procura identificar “chutes” e valorizar quem de fato se preparou para a prova. Na TRI, quem acerta as questões mais difíceis, mas erra as fáceis, acaba recebendo uma nota menor do que o candidato que manteve coerência, acertando as básicas e errando apenas as mais complexas. O Cebraspe, banca tradicional de concursos, também adota um sistema para desestimular os “chutes”. No chamado “método Cespe”, não há alternativas. O candidato responde apenas “certo” ou “errado”, e cada erro anula um acerto. No CNU, nada disso se aplica: o participante não perde pontos ao errar uma questão nem tem nota reduzida caso acerte “no chute”. Por isso, especialistas em concursos recomendam que o candidato responda a todas as questões, mesmo quando não souber a alternativa correta. A seguir, algumas dicas para “chutar” de maneira mais estratégica. Técnicas para aumentar as chances de acerto no chute 🦶🤭 Deixe as questões mais difíceis para o final. “Leia a questão e, se não souber, siga para a próxima”, orienta o professor Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos. “Assim o candidato evita se atrapalhar e acabar chutando no fim perguntas que poderia responder sem dificuldade.” Depois de responder às questões que sabe, o candidato pode, se houver tempo, revisar as demais para tentar acertar — e, só então, recorrer ao “chute”. Observe possíveis proporções. Eduardo Cambuy sugere que, antes de chutar, o candidato analise as respostas em que tem mais segurança para perceber eventuais padrões de proporcionalidade. “Se eu tenho 10 questões de português e tenho certeza em cinco, e nelas marquei as alternativas A, B e C, nas demais prefiro chutar D e E”, exemplifica. Cuidado com respostas muito parecidas. Segundo Cambuy, a prova pode trazer alternativas quase idênticas, apenas escritas de modo diferente. Nesses casos, dificilmente são corretas, pois haveria mais de uma resposta certa para a mesma questão. Ele exemplifica: “Se a questão perguntasse a cor do céu e as alternativas fossem ‘preto’ e ‘escuro’, uma excluiria a outra. Como são muito próximas, nenhuma seria correta. Assim, já é possível eliminar duas opções.” Evite alternativas que generalizam. “As opções podem conter termos que ampliam ou restringem demais, como ‘só’, ‘apenas’ ou ‘exclusivamente’. Normalmente, quando isso ocorre, a alternativa é falsa”, alerta o especialista Eduardo Cambuy. Outra dica do professor é buscar correlações entre os assuntos abordados na prova, numa tentativa de deduzir a resposta correta. “Se o candidato tiver dúvida em uma questão, pode tentar lembrar como o tema aparece em outra disciplina que domina. Por exemplo: ‘Se no orçamento público funciona assim, na política pública deve ser semelhante’”, orienta Cambuy. “Muitas vezes, os temas das questões estão conectados. Assim, a resposta de uma pode estar na seguinte ou trazer uma explicação que ajude a resolver a anterior”, acrescenta. 📝 Como serão as provas? A prova objetiva será aplicada em 5 de outubro de 2025. Ela será composta por uma parte com questões comuns a todos os candidatos (como língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades) e outra com perguntas específicas, conforme o bloco temático escolhido. A prova discursiva será aplicada em 7 de dezembro de 2025, exclusivamente para os candidatos aprovados na primeira fase. O conteúdo e o formato da redação variarão de acordo com a área de atuação. A prova objetiva será de múltipla escolha, com cinco alternativas e apenas uma correta. A quantidade de questões varia conforme o nível do cargo: Nível Superior: 90 questões no total, sendo 30 de conhecimentos gerais e 60 de conhecimentos específicos.Nível Intermediário: 68 questões, com 20 de conhecimentos gerais e 48 de conhecimentos específicos. Na etapa discursiva, os candidatos deverão elaborar textos conforme o nível de escolaridade exigido para o cargo: Nível Superior: 2 questões discursivas, com aplicação das 13h às 16h.Nível Intermediário: 1 redação dissertativa-argumentativa, das 13h às 15h. O tempo de prova também é diferente: Nível Superior: das 13h às 18h (5 horas de duração).Nível Intermediário: das 13h às 16h30 (3h30 de duração). Em todos os casos, os portões serão fechados às 12h30 (horário de Brasília), trinta minutos antes do início. Para evitar imprevistos, o MGI recomenda que candidatos e candidatas se organizem para chegar com antecedência ao local da prova. No mapa abaixo, é possível pesquisar o nome da cidade e verificar se ela está entre os locais onde serão aplicadas as provas objetiva e discursiva. A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, apresenta os detalhes do edital da 2ª edição do Concurso Nacional Unificado (CNU). — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil 💼 Vagas, órgãos participantes e distribuição por cidades 🔍 Diferentemente da edição anterior, que contou com oito editais, um para cada bloco temático, o processo seletivo será regido por um único edital. O documento traz informações detalhadas sobre as vagas, salários, conteúdo programático das provas, critérios de classificação e composição das notas finais. Nesta edição, os cargos estão distribuídos em nove blocos temáticos, que agrupam as vagas por áreas de atuação semelhantes. São eles: Bloco 1: Seguridade Social (Saúde, Assistência Social e Previdência Social)Bloco 2: Cultura e EducaçãoBloco 3: Ciências, Dados e TecnologiaBloco 4: Engenharias e ArquiteturaBloco 5: AdministraçãoBloco 6: Desenvolvimento SocioeconômicoBloco 7: Justiça e DefesaBloco 8: Intermediário – SaúdeBloco 9: Intermediário – Regulação Esse formato permite que o candidato concorra a várias vagas dentro de um mesmo bloco, com apenas uma inscrição. Embora a maior parte das vagas esteja concentrada em órgãos com sede em Brasília (DF), também há postos disponíveis em diversos estados do país. 💰 Salários Os salários iniciais no CNU 2025 variam de R$ 4 mil a R$ 16 mil, dependendo do cargo e do nível de escolaridade exigido. Consulte as remunerações iniciais previstas na tabela abaixo. 🧮 Política de cotas A nova edição estabelece regras mais rigorosas para assegurar a reserva de vagas destinadas a pessoas negras, indígenas, com deficiência e a candidatos quilombolas. De acordo com o governo, a iniciativa reforça o compromisso com a promoção da equidade no acesso ao serviço público federal. Com isso, a distribuição das cotas ficou definida da seguinte maneira: 25% para pessoas negras;3% para pessoas indígenas;2% para pessoas quilombolas;5% para pessoas com deficiência (PcD). Nos casos em que o número de vagas é inferior ao mínimo exigido para aplicação das cotas, o MGI realizou um sorteio para definir a reserva proporcional, conforme previsto na norma. ♀️ Reserva de vagas para mulheres na 2ª fase “Não é uma reserva de vaga para mulheres, como é o caso de pessoas negras, com deficiência, indígenas e quilombolas. Mas vamos fazer uma equiparação do percentual de mulheres que passam da primeira para a segunda etapa”, diz a ministra da Gestão, Esther Dweck. 🔎 Na primeira edição do CNU, aproximadamente 63% dos aprovados eram homens e 37% mulheres. Esse resultado foi o oposto da proporção entre os inscritos confirmados, composta por 56% de mulheres e 44% de homens. 📆 Confira o cronograma oficial Prova objetiva: 5/10/2025, das 13h às 18hConvocação para prova discursiva: 12/11/2025Convocação para confirmação de cotas e PcD: 12/11/2025Envio de títulos: de 13 a 19/11/2025Prova discursiva (para habilitados na 1ª fase): 7/12/2025Procedimentos de confirmação de cotas: de 8 a 17/12/2025Divulgação da 1ª lista de classificação: 30/1/2026 Segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) — Foto: Ministério da Gestão e Inovação Veja dicas de como estudar para concurso: Como estudar legislação para concurso? Veja dicas de como fazer uma boa redação para concurso
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