Design sem nome
Lar Esportes Cerrado perdeu 40 milhões de hectares de vegetação em 40 anos, aponta estudo

Cerrado perdeu 40 milhões de hectares de vegetação em 40 anos, aponta estudo

por admin
0 comentário
cerrado-perdeu-40-milhoes-de-hectares-de-vegetacao-em-40-anos,-aponta-estudo

Entre 1985 e 2024, foram perdidos 40,5 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente a 28% de toda a sua cobertura original. A área devastada corresponde a uma vez e meia o território do estado da Bahia. Os dados fazem parte da Coleção 10 do MapBiomas, lançada nesta quarta-feira (1º), que compila informações de 1985 a 2024 sobre o uso e a cobertura da terra no país. Atualmente, 51,2% do Cerrado ainda mantêm vegetação nativa. O restante, cerca de 48%, já deu lugar à agropecuária e outras formas de ocupação. Os impactos disso são visíveis em escala municipal: em 1985, 37% das cidades do bioma tinham mais de 80% de vegetação preservada; em 2024, esse índice caiu para 16%. No mesmo período, cresceu a proporção de municípios dominados pela agropecuária, de 42% em 1985 para 58% no ano passado. Hoje, um em cada quatro municípios do Cerrado tem menos de 20% de cobertura nativa. “O Cerrado vem sendo transformado em ritmo acelerado nas últimas quatro décadas. Com maior supressão da vegetação nativa entre 1985 e 1995 e depois nas décadas seguintes, a agricultura se expandiu e se intensificou, consolidando-se como região central da produção agrícola do país, principalmente para grãos”, explica Bárbara Costa, analista de pesquisa do IPAM e da equipe do Cerrado do MapBiomas. Foto mostra incêndio no Cerrado em Brasília no dia 21 de setembro. — Foto: Eraldo Peres/AP A região conhecida como Matopiba — formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — é o epicentro da mudança. Ocupando 30% do Cerrado, concentrou 39% da perda líquida de vegetação nativa desde 1985, o que equivale a 15,7 milhões de hectares. Apenas na última década, 73% de toda a devastação do bioma ocorreu nesse território. A área agrícola na região cresceu 24 vezes em 40 anos, com aumento de 5,5 milhões de hectares. O levantamento também aponta novas pressões. Um terço da área de usinas fotovoltaicas do Brasil está no Cerrado. Em 2024, eram 11,3 mil hectares, um aumento de 1.273% em relação a 2016. Entre 2016 e 2024, 4,4 mil hectares de vegetação nativa foram convertidos para esse tipo de empreendimento. Além disso, em 2024, o Cerrado registrou a maior superfície de água desde 1985, com 1,6 milhão de hectares — o equivalente a 0,8% do bioma. Mas a maior parte desse volume, 60,4%, veio de áreas artificiais, como hidrelétricas, reservatórios, aquicultura e mineração. Já as águas naturais recuaram 249 mil hectares, uma queda de 27,8%. O balanço mostra ainda que quase todas as bacias hidrográficas (90,8%) perderam superfície de água natural, enquanto 68,5% tiveram aumento de áreas artificiais. Mesmo assim, em 26% das bacias houve perda nos dois tipos de superfície, natural e antrópica. “Os recursos hídricos também estão sob pressão no Cerrado. Considerando que mais da metade do bioma está em imóveis rurais, é fundamental promover incentivos e políticas públicas que conciliem produção, conservação e recuperação da vegetação nativa. Só assim será possível garantir a segurança hídrica, alimentar e climática do Brasil”, destaca Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM e coordenadora das equipes do Cerrado e Fogo no MapBiomas. Primeiro dia sem gelo no Ártico pode acontecer em 2027, alerta estudo

você pode gostar