Estudos recentes mostram que os eventos climáticos extremos também afetam diretamente a saúde mental, e esse impacto já é visível no Brasil. Esse quadro é chamado de ecoansiedade, termo usado para descrever o medo persistente de um colapso ambiental. Casos de estresse pós-traumático, insônia e até pensamentos suicidas foram relatados com frequência. Por isso, especialistas destacam que esses traumas não desaparecem quando a água baixa: eles podem permanecer por anos. E o calor também representa um risco. Pesquisas mostram que, em dias de temperaturas extremas, aumentam as internações psiquiátricas, sobretudo entre idosos e pessoas com transtornos prévios. O organismo sofre: o cérebro tem mais dificuldade para regular a temperatura, os hormônios relacionados ao humor ficam desajustados e o estresse aumenta. Nas comunidades mais vulneráveis, os efeitos são ainda mais intensos. Escolas são obrigadas a fechar, famílias perdem renda e o acesso ao atendimento em saúde mental é limitado. No Marajó, o programa PROA treinou profissionais para apoiar alunos e professores, mas a demanda continua muito maior do que a rede consegue absorver. Para a psicóloga Jaqueline Assis, a questão é clara: “Se a gente não considerar o clima e o território, não há como garantir qualidade de vida e bem-estar”, disse ela à Agência Fiocruz. A avaliação é compartilhada por outros especialistas, que defendem a inclusão da saúde mental nos planos de emergência climática, ao lado de ações para garantir água, alimentação e abrigo. Homem observa região alagada em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul. — Foto: Amanda Perobell/Reuters Qual é o papel da China na crise climática?
Como o clima extremo afeta sua saúde mental?
Como o clima extremo afeta sua saúde mental?