Por que onça atacou trabalhador no Pantanal de MS?

Por que onça atacou trabalhador no Pantanal de MS?

O g1 conversou com especialistas para entender os possíveis motivos que levaram o felino a atacar o homem. Para o Coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rogério Cunha de Paula, não é possível determinar com exatidão o real motivo do ataque. Contudo, o especialista destaca que as avaliações técnicas apontam o comportamento do felino como uma resposta a uma situação em que o animal se sentiu ameaçado. “O ataque não ocorreu pelas costas e foi uma resposta da onça a um incentivo negativo, ou seja, pode ter sido provocado pela aproximação [do trabalhador] a uma carcaça, por exemplo. É uma resposta da onça por causa dessa aproximação ou porque se sentiu ameaçada. A intenção não foi de matar, e sim de repreender, por isso que os ferimentos são arranhões e não mordidas”, explica Rogério. Conforme o Corpo de Bombeiros, Flávio passava próximo à carcaça de um animal quando foi surpreendido pela onça. A esposa do homem, Sandra Coelho da Silva, disse aos bombeiros que ele voltava do manejo do gado na fazenda onde trabalha e que estava em cima de um cavalo quando foi atacado. O biólogo Henrique Abrahão Charles também indica que o ataque foi, na verdade, um comportamento de defesa do felino. “Os pantaneiros têm conhecimento de que há três situações que as onças atacam e eles não devem chegar perto maneira nenhuma. A primeira é de uma onça que pariu, a segunda é de onças no período de acasalamento, já que o macho fica muito violento e, a terceira, quando a onça está protegendo o alimento, está protegendo a carniça”, comenta Henrique. Infográfico – local onde homem foi atacado por onça em MS — Foto: Arte/g1 Ataques “Dos grandes felinos, a onça-pintada é a que menos ataca, segundo estudos específicos. Para termos ideia, os ataques de onça-pintada são de 0 a 5 ataques anuais, no mundo inteiro. Apesar de raros, esses ataques [de onça] podem acontecer”, comenta. O representante do ICMBio explica que os casos de Flávio e Jorge são diferentes. O do caseiro que morreu envolveu a prática de ceva. Já do peão, mais recente, está relacionado a um comportamento de defesa da onça. “O ataque não foi pelas costas, pelas marcas que ele tem. Pelas imagens, conseguimos identificar que foi uma resposta a um incentivo da onça, um incentivo negativo muito diferente do ataque do Jorge, que foi um ataque não provocado. Este ataque mais recente foi provocado, a provocação pode ter sido por parte das pessoas ou pode ter sido por um evento que aconteceu com uma aproximação de uma carcaça”, detalha Rogério Cunha de Paula. O especialista explica que a aproximação de Flávio pode ter ultrapassado o limite que a onça tolera ou, então, “a intenção do animal, nesse caso, não foi matar, e sim advertir. Por isso os ferimentos são superficiais, com arranhões, e não mordidas profundas”, pontuou Rogério. Vítima foi encaminhada para Campo Grande, em razão da gravidade das lesões. — Foto: Corpo de Bombeiros

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