Em busca de melhores oportunidades, em 2019, a brasileira Fabíola da Costa, de 32 anos, deixou Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e mudou para os Estados Unidos com a família. Até então, levava uma vida normal, saudável e sem problemas de saúde anteriores. Antes do ocorrido, Fabíola era manicure e trabalhava para construir uma vida tranquila nos EUA. Na época, o casal mudou primeiro para Newark, em Nova Jersey, com os dois filhos mais velhos, de 17 e 14 anos. Depois, quando nasceu a caçula, hoje com 5 anos, mudaram para Orlando, na Flórida. “É uma dor na alma vê-la assim… Às vezes, parece que tudo isso é um pesadelo, uma mentira. Estamos longe da família, enfrentando desafios médicos, psicológicos e financeiros imensos”, desabafou Ubiratan, que precisou abandonar o trabalho como caminhoneiro para cuidar da esposa e dos filhos. Fabíola da Costa, de 32 anos, antes de sofrer mal súbito e ficar em estado vegetativo — Foto: Redes Sociais/Reprodução Sete meses internada até receber alta Foram sete meses de internação sem diagnóstico sobre a causa do problema de saúde. Em abril deste ano, ela deixou o hospital, e até hoje a família não sabe qual foi a causa do mal súbito. Ainda nos EUA, um quarto foi montado na residência onde mora, equipado com todos os aparelhos necessários para auxiliar na recuperação dela. Agora, com o estado de saúde de Fabíola estabilizado, o objetivo da família é retornar a Juiz de Fora para contar com o apoio dos parentes e continuar o tratamento gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com sessões de fisioterapia e fonoaudiologia. “Cuido dela 24 horas por dia. Ela já não está totalmente imóvel como no início, pois hoje se mexe, sente dor, reage a barulhos e, às vezes, até chora. Recebemos os medicamentos pelo plano de saúde, mas todo o restante, como fraldas, luvas, lenços e materiais de curativo, vem de doações. Desde então, nossa sobrevivência depende da solidariedade”, disse Ubiratan. Fabíola Costa com a família no Natal nos EUA antes do mal súbito — Foto: Ubiratan Rodrigues/Arquivo Pessoal Volta ao Brasil deve acontecer de motorhome Infográfico – Mulher em estado vegetativo deve voltar ao Brasil — Foto: Arte/g1 A jornada, com início previsto para o começo de novembro, deve ocorrer em um motorhome adaptado e pode durar cerca de 50 dias, com trajeto por 11 países até o destino final, em Juiz de Fora. “A única saída viável hoje é essa. Nossa esperança está em voltar para Juiz de Fora e contar com o apoio da família e do SUS. Estamos esgotados emocional e financeiramente. Não dá mais para esperar”, desabafou. O transporte aéreo de Fabíola exigiria uma UTI com suporte médico especializado, com valores que podem variar de 50 mil a 200 mil dólares — mais de R$ 1 milhão. Por isso, ele optou por investir na compra de um motorhome adaptado, estimado em cerca de R$ 200 mil, ou cerca de 40 mil dólares. “A adaptação é simples. Com o carro certo, fixo a cama no piso e prendo os equipamentos. O mais importante é ter estabilidade e espaço para ela viajar deitada, com o tronco inclinado”, explicou. O veículo ainda não foi adquirido, mas Ubiratan espera concluir a compra até o final de outubro. O motorhome terá cama fixa, suporte para traqueostomia, oxigênio e equipamentos médicos para garantir a segurança de Fabíola durante o trajeto. Fabíola da da Costa teve um mal súbito e ficou em estado vegetativo nos EUA — Foto: Ubiratan Rodrigues/Arquivo Pessoal VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes
