Quem era Adenilde Petrina, professora, radialista e referência no movimento negro em Juiz de Fora

Quem era Adenilde Petrina, professora, radialista e referência no movimento negro em Juiz de Fora

Por reconhecimentos aos seus trabalhos, em 2017, recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora, instituição onde se formou em História, na década de 1970. A honraria é concedida a personalidades, nacionais ou estrangeiras, cujas atividades, publicações ou descobertas tenham contribuído para o progresso da educação, das ciências, das letras ou das artes. Durante 10 anos, atuou na rádio comunitária ‘Mega’, do Bairro Santa Cândida, bairro onde morava, discutindo sobre direitos sociais, como acesso à saúde, saneamento básico, escola e transporte coletivo. “Era um bairro que não tinha água nem luz. Muitas casas eram de madeira ou latão. Eu comecei a participar nesse movimento, a frequentar a Prefeitura e brigar por políticas públicas. Nós nem sabíamos o que era política pública e começamos a nossa luta com muita dificuldade para conseguir água, luz e esgoto. Depois lutamos por escola, ônibus no bairro”, relembrou Adenilde em entrevista ao quadro ‘Fala, Comunidade’, em agosto deste ano. Assista abaixo. Fala Comunidade: Conheça a história de uma professora que é referência no movimento negro Carreira na educação e no Coletivo Vozes da Rua Nascida em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, Adenilde Petrina se mudou para Juiz de Fora aos 12 anos. Foi primeira pessoa da família a entrar na faculdade, ao ser aprovada para o curso de Filosofia na UFJF. Entre 1984 e 2013, deu aulas de História na rede municipal, lecionando em escolas do Centro e dos bairros Santo Antônio e Teixeiras. Além disso, trabalhou na Biblioteca da Igreja da Glória. Adenilde Petrina é a idealizadora e responsável pelo Coletivo Vozes da Rua em Juiz de Fora — Foto: Coletivo Vozes da Rua/Divulgação Em 1997, começou a trabalhar na rádio comunitária ‘Mega’, do Bairro Santa Cândida, discutindo sobre direitos sociais, como acesso à saúde, saneamento básico, escola, transporte coletivo. “Cada um deu uma ajuda para montar a rádio. A comunidade abraçou e, no dia que entrou no ar, dava até eco, porque estava todo mundo ouvindo. Tinha programação extensa: da Igreja Católica, umbanda, candomblé, espiritismo. Todo mundo tinha vez e voz. Era muito democrática com todo tipo de programa. Aprendemos muito, eu conheci o blues. Achava que era coisa de gente rica e fui aprendendo a ouvir jazz, música clássica. Fomos aprendendo sobre a cultura do continente africano, de onde viemos”, disse ao Fala. Adenilde também participou da criação do Coletivo Vozes da Rua, difundindo a culta afro-brasileira e levando formação e informação aos jovens da periferia, principalmente através do hip-hop. VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes

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