Juízes auxiliares do relator, ministro Alexandre de Moraes, realizaram as audiências de custódia em ordem alfabética e verificaram as circunstâncias e a legalidade das prisões. Cada preso falou por videoconferência, sem sair de onde está cumprindo a pena. O ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier está na Estação Rádio da Marinha em Brasília. O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, no 19º Batalhão da Polícia Militar, conhecido por “Papudinha”, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda. O general da reserva Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa general da reserva Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira estão no Comando Militar do Planalto. Os dois ocupam salas adaptadas no mesmo andar, mas sem ligação entre elas. Têm cama, escrivaninha, frigobar e banheiro privativo. Na terça-feira (25), durante o exame médico, Heleno informou que sofre de Alzheimer, um tipo de demência, desde 2018. No ano seguinte, ele assumiu o Gabinete de Segurança Institucional, cargo que ocupou até 2022. O médico também registrou que o ex-ministro relatou perda de memória recente importante e que está em boas condições gerais de saúde. O ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro, general da reserva Walter Souza Braga Netto, é o único que cumpre pena no Rio de Janeiro. Ele estava preso preventivamente desde dezembro de 2024 na 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar. Todos tiveram as prisões mantidas depois das audiências de custódia. O Superior Tribunal Militar informou nesta quarta-feira (26) que encaminhou à Procuradoria-Geral da Justiça os ofícios sobre a conclusão da ação penal dos cinco militares – Jair Bolsonaro, capitão reformado do Exército; Almir Garnier; Paulo Sérgio Nogueira; Augusto Heleno; e Walter Braga Netto. A Constituição determina que militares condenados a mais de dois anos de prisão têm que ser submetidos ao julgamento no Superior Tribunal Militar, que pode resultar em perda de posto, patente e benefícios. Segundo o STM, o julgamento deverá ocorrer em 2026. Esse julgamento na Justiça Militar não tem poder de rever penas estipuladas pelo Supremo Tribunal Federal. O único condenado do núcleo crucial da trama golpista que ainda não cumpre a pena é o ex-diretor da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem, do PL. Ele fugiu para os Estados Unidos e é considerado foragido. Bolsonaro e outros 4 militares condenados pelo STF vão passar por julgamento no Superior Tribunal Militar — Foto: Reprodução/TV Globo
