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Lar Esportes Caso Benício: defesa afirma que médica admitiu erro ‘no calor do momento’ e apresenta vídeo sobre falhas no sistema do hospital

Caso Benício: defesa afirma que médica admitiu erro ‘no calor do momento’ e apresenta vídeo sobre falhas no sistema do hospital

por Direita Politizada
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Os advogados apresentaram um vídeo que, segundo eles, demonstra problemas na plataforma de prescrição utilizada pela unidade. Assista acima. Segundo a defesa, Juliana registrou adrenalina por via inalatória, mas o sistema teria alterado automaticamente para a via intravenosa durante o atendimento, em meio a instabilidades enfrentadas pelo hospital naquele dia. O Hospital Santa Júlia informou que não vai se manifestar sobre o caso. Os advogados afirmam que essa mudança não foi percebida pela médica e insistem que falhas estruturais da unidade contribuíram para o agravamento do quadro do menino. O vídeo apresentado mostra a navegação dentro da plataforma e, segundo os advogados, evidencia que o sistema pode modificar vias de administração sem intervenção do profissional. “Juliana não escreveu a prescrição manualmente. Hoje, as prescrições são feitas por um sistema automatizado. Quando ela escreve a via de administração, o próprio sistema pode entender que está incorreta e alterá-la automaticamente. Isso já foi relatado por outros profissionais. Se fosse uma prescrição escrita, o erro não teria acontecido”, disse o advogado Felipe Braga. Caso Benício: Defesa apresenta vídeo sobre falhas no sistema do hospital Braga afirmou ainda que a via intravenosa registrada seria resultado dessa falha automatizada, e não de negligência. Ele sustenta que a Anvisa já fez recomendações contrárias a esse tipo de automação e que o sistema do hospital apresentou instabilidade no dia do atendimento de Benício. Benício morreu na madrugada do dia 23 de novembro, após receber uma dose incorreta de adrenalina. A própria médica admitiu o erro em documento enviado à polícia. O caso é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MPAM). O delegado Marcelo Martins, titular do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), confirmou que essa hipótese também está sob análise. “Ela afirmou que esse erro teria ocorrido por uma falha do sistema, e isso também está sendo investigado. Não posso detalhar as medidas porque são sigilosas, mas vamos nos aprofundar nesse ponto”, disse. Linha do tempo do atendimento, segundo a defesa Médica investigada no caso Benício. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Braga relatou que a médica atendeu o menino por volta de 13h18, quando ele apresentava quadro de laringite. Ela avaliou a criança, prescreveu os medicamentos dexametasona, hidroxizina e adrenalina e solicitou um raio-x do tórax. “No momento em que ela pede o exame, ele é medicado pela técnica de enfermagem. A mãe alerta sobre a forma de aplicação porque Juliana informou todos os procedimentos, inclusive que a adrenalina seria via inalatória, de 30 em 30 minutos, para aliviar os sintomas de laringite”, disse o advogado. Segundo a defesa, a técnica aplicou a adrenalina na veia da criança, mesmo após a mãe questionar o método. Braga afirma que Juliana só soube da aplicação quando foi chamada à sala de medicação. “Ela foi informada pela técnica de que a administração havia sido feita por via endovenosa. A partir dali, Juliana atua como médica, pede apoio ao coordenador, encaminha o menino para a sala vermelha, inicia atendimentos e permanece com o paciente até ele ser levado para a UTI”, relatou. Ainda conforme o advogado, Benício foi monitorado, recebeu atendimento imediato e seguiu consciente até ser transferido para a UTI, por volta de 17h. Outros médicos assumiram o caso, mas Juliana continuou acompanhando o quadro e trocando informações com a equipe. A médica disse à defesa que o raio-x apontou pneumonia. LEIA TAMBÉM: Na UTI, Benício foi intubado por volta de 0h20, após três tentativas iniciadas por volta das 23h. O estado se agravou durante o procedimento, quando o menino vomitou e apresentou sangramento nasal. Ele sofreu seis paradas cardíacas até a constatação da morte cerebral. “O prontuário mostra vômito e grande sangramento nasal e bucal. Na primeira tentativa de intubação, ele apresentou vômito, possivelmente do jantar anterior. Depois, surgem paradas cardíacas sucessivas, e ao final os médicos percebem sinais de morte cerebral”, afirmou Braga. O advogado disse ainda que foram usadas mais de 40 ampolas de adrenalina intravenosa na UTI, dessa vez seguindo protocolo de reanimação. Questionado sobre o fato de a intubação ocorrer sem jejum, Braga declarou que não tem autonomia para afirmar se o procedimento foi correto, mas que “aparenta não ser”. Admissão de culpa no “calor do momento” Caso Benício: conversa entre médicos — Foto: Reprodução “Ela expressa aquilo no calor do momento, quando ainda não sabia que a prescrição havia sido alterada pelo sistema. Juliana jamais prescreveria via intravenosa uma substância de alta vigilância como a adrenalina”, afirmou Braga. A defesa diz que não há elementos que sustentem a suspeita de homicídio por dolo eventual levantada pela polícia. Segundo o advogado, a morte não pode ser atribuída a um único responsável e envolve falhas que precisam ser investigadas: o sistema informatizado, checagens da enfermagem e da farmácia, e os atendimentos posteriores na UTI. “Falar em dolo é um absurdo jurídico. A médica atuou o tempo todo, pediu ajuda, seguiu protocolos. Quando muito, fala-se em culpa, e isso ainda depende da análise das múltiplas causas envolvidas. É precipitado apontar culpados”, disse. Investigação Caso Benício: médica e técnica de enfermagem prestam depoimento em Manaus O delegado Marcelo Martins investiga o caso como homicídio doloso qualificado, considerando inclusive a possibilidade de crueldade. Ele chegou a pedir a prisão preventiva da médica, mas Juliana continua protegida por habeas corpus concedido pela Justiça. Na segunda-feira (1º), a polícia ouviu o médico Enryko Queiroz, que confirmou as trocas de mensagens com a médica, e o enfermeiro Tairo Neves, que disse ter ficado sozinho no atendimento — contrariando a versão de Juliana. Uma acareação entre a médica e a técnica está marcada para quinta-feira (4). Benício Xavier, de 6 anos, morreu após receber dose incorreta de adrenalina em hospital de Manaus. — Foto: Redes sociais Benício foi levado ao Hospital Santa Júlia no dia 22 de novembro com tosse seca e suspeita de laringite. Segundo a família, ele recebeu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa de 3 ml a cada 30 minutos, aplicadas por uma técnica de enfermagem. “Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Perguntamos, e a técnica disse que também nunca tinha aplicado desse jeito. Mas afirmou que estava na prescrição”, relatou o pai. O menino piorou rapidamente: ficou pálido, com membros arroxeados, e disse que “o coração estava queimando”. A saturação caiu para cerca de 75%. Ele foi levado à sala vermelha e depois para a UTI por volta das 23h. Durante a intubação, sofreu as primeiras paradas cardíacas. Foram seis no total. Ele morreu às 2h55 do dia 23 de novembro. Caso Benício: Polícia ouve médico e enfermeiros da UTI sobre morte por dose de adrenalina

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