A aeronave acidentou-se no momento da decolagem, quando deixava o Aeroporto Francisco Álvares de Assis (Serrinha) em direção a Belém (PA). O jatinho extrapolou o limite longitudinal da pista, saindo pela cabeceira oposta e indo parar próximo a um barranco. Não houve feridos. Ao todo, nove pessoas estavam a bordo (2 pilotos e 7 passageiros). O sistema de gerenciamento de voo (FMS), no entanto, foi configurado para decolar com 6 ocupantes, sendo 2 pilotos e 4 passageiros. Ainda segundo o documento do Cenipa, o voo do Cessna 560XL, prefixo PR-AAA, teve alterações de última hora, incluindo atraso no horário de saída e adição dos passageiros. Os dados investigativos apontados no relatório não tem o objetivo de determinar responsabilidades administrativa, civil ou criminal, mas sim prevenir novos acidentes. A assessoria do artista foi procurada pelo g1 para saber se gostaria de comentar o relatório, mas não retornou. Os nomes do piloto e do copiloto não foram divulgados. Voo inicialmente planejado para outro aeroporto Inicialmente, a previsão era de que a viagem ao Pará partisse do Aeroporto Regional da Zona da Mata, em Goianá, mas o avião somente com piloto e copiloto acabou saindo do aeródromo vizinho a Juiz de Fora e pousando 10 minutos depois do Aeroporto da Serrinha, onde embarcaram os passageiros. Após o jatinho sair da pista, houve um pequeno princípio de incêndio na vegetação rasteira ao redor do trem de pouso principal. O fogo foi contido pelos pilotos com a utilização do extintor de incêndio da aeronave. À época, o DJ chegou a comentar nas redes sociais que havia “renascido”. Veja abaixo. DJ Alok no Instagram após incidente com avião em Juiz de Fora em 2018 Aeronave adquirida no mês anterior Conforme o documento do Cenipa, datado do dia 25 de novembro, piloto e copiloto estavam qualificados e possuíam experiência no tipo de voo. Era a primeira vez, no entanto, que eles operavam a aeronave do aeroporto de Juiz de Fora. As condições meteorológicas eram favoráveis ao voo visual no dia. O relatório também apontou que o jatinho, de propriedade do DJ, havia sido adquirido há pouco mais de um mês da data da ocorrência, com para dar maior agilidade e conforto ao artista no cumprimento de sua agenda de compromissos em diferentes regiões do país. Decisões operacionais inadequadas O relatório final, divulgado no dia 25 de novembro, não tem o objetivo de determinar responsabilidades criminais, mas sim prevenir novos acidentes. Durante as investigações, foi concluído que a aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AAA, de propriedade do DJ, tentou decolar com 175 kg acima do peso máximo permitido pelo fabricante. Avião que transportava DJ Alok saiu da pista em 2018 em Juiz de Fora — Foto: TV Integração/Reprodução O Cenipa concluiu que, durante a corrida de decolagem, a luz de aviso ‘NO TAKEOFF’ acendeu duas vezes, o que sinalizou risco na operação. Mesmo assim, os pilotos continuaram o procedimento até próximo da velocidade de rotação (VR) e só então decidiram abortar, já de forma tardia. 🔎 O termo ‘NO TAKEOFF’ no avião refere-se a um aviso crítico de segurança que indica que a aeronave não está configurada corretamente para uma decolagem segura. Como o procedimento foi interrompido já em alta velocidade, o avião ultrapassou o limite da pista e parou em uma ribanceira. Falta de atualização de dados e passageiros extras O relatório afirma que o voo tinha como destino Belém (PA), após apresentação do artista em Juiz de Fora. A bordo estavam dois pilotos e sete passageiros, sendo que três deles embarcaram sem coordenação prévia com a tripulação. Stories de Alok no Instagram após o acidente em 2018 — Foto: Reprodução/Alok/Instagram Essa alteração não foi registrada no sistema de gerenciamento de voo (FMS), o que levou os pilotos a acreditar que a aeronave estava dentro do peso máximo permitido. O modelo Cessna 560XL tinha limite de 9.072 kg para decolagem, segundo o fabricante. No entanto, no momento da tentativa de decolagem, a aeronave pesava cerca de 9.247 kg, ou seja, 175 kg acima do peso máximo permitido. A investigação também identificou: Falhas de comunicação entre o operador e a tripulação; Planejamento inadequado e falta de coordenação na cabine (incluindo ausência de procedimentos definidos para situações de emergência); O aviso ‘NO TAKEOFF’ já havia acendido no dia anterior ao incidente, sem gerar consequências. Para os investigadores, essa experiência pode ter levado os pilotos a supor que o alerta se tratava apenas de um mau contato, o que favoreceu uma postura de complacência, não dando a devida atenção. Centro de Investigação concluiu relatório sobre acidente com avião do DJ Alok VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes
