🔎 O Nevado Coropuna tem 6.425 m e está localizado no sul do país e as geleiras são os maiores reservatórios de água doce da região. Cerca de 44 km² são cobertos por gelo e a cordilheira é composta por seis picos. Segundo Patrícia Delvaux, irmã do montanhista, uma equipe com cerca de 20 policiais peruanos tentou resgatar o corpo, mas por questões de segurança, a entrada foi descartada, pois não havia garantias de que a fenda suportaria o peso de uma pessoa ou da equipe, o que levantou preocupações sobre possíveis desmoronamentos ou quedas de neve. “É um grande descaso. Temos uma advogada nos ajudando e, mesmo assim, não tivemos retorno. O Itamaraty nunca entrou em contato com a gente”, disse Fernanda sobre o trâmites legais para reunir documentos que comprovem a morte do irmão. Desaparecimento foi na descida da montanha Equipamento de Marcelo Motta Delvaux foi encontrado perto de fenda — Foto: Alta Montanha/Reprodução Busca pelo atestado de óbito Apesar de toda a documentação e de relatos das autoridades peruanas sobre o acidente, a família ainda não conseguiu o atestado de óbito. “Temos coisas para resolver. Não sabemos se Marcelo tinha dívidas ou dinheiro no banco, se possuía seguro. Não sabemos de nada. Todas as questões de patrimônio precisam ser resolvidas. Enquanto isso, seguimos aguardando um desfecho”, desabafou Patrícia. Em nota enviada ao g1, o Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha o caso, presta assistência consular à família e auxilia contatos com o governo local para cuidar da emissão de documentos, como o atestado consular de óbito. Leia a nota na íntegra no final da reportagem. A reportagem também entrou em contato com o Consulado do Peru no Brasil, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. Família tem ‘dossiê’ enviado pela polícia do Peru “Temos os relatos, desde quando Marcelo saiu do hotel e não voltou, quando deixou todas as coisas para trás, as queixas e denúncias do desaparecimento por parte da namorada, além das tentativas de resgate pelos guias que tentaram subir a montanha duas vezes, mas não conseguiram, por ser uma área muito complicada. Os equipamentos dele foram encontrados isolados no local”. O que diz o Itamaraty “O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Lima, acompanha o caso e presta assistência consular à família do brasileiro. Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais. O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017. A atuação consular do Brasil pauta-se pela legislação internacional e nacional. Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não divulga informações pessoais de cidadãos que requisitam serviços consulares e tampouco fornece detalhes sobre a assistência prestada a brasileiros.” Assista reportagem sobre a luta da família para obter o atestado de óbito Família de montanhista que morreu no Peru busca atestado de óbito VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes